Processo Decisório:
Similaridades entre Ambientes Organizacionais e de Consumo
Por Helder Haddad, Celso Yamaguti, Laury Bueno e Orlando Loureiro
Nesse artigo, o SMG apresenta uma análise sobre tomadas de decisão em ambientes organizacionais. Redigido pelo Prof. Helder Haddad em conjunto com três outros professores do Mestrado da PUC-SP, o texto traça um paralelo elucidativo das questões fundamentais no cenário atual de negócios. O objetivo do SMG com este artigo é disseminar conhecimento entre seus amigos e clientes.
Resumo:
As tomadas de decisão acontecem sob os mais variados aspectos: dos mais banais aos de maior impacto na vida dos indivíduos. Desde assuntos do cotidiano até as esferas das organizações empresariais, políticas e sociais, aquele que decide é frequentemente obrigado a enfrentar a dura tarefa da escolha de uma entre duas ou mais opções. E apesar das diferenças circunstanciais inerentes a cada ambiente de decisão ou de seu nível de complexidade, o ator principal é sempre o mesmo: o ser humano. Nesse sentido, algumas características no processo decisório tornam-se muito semelhantes entre momentos distintos, como na hora da aquisição de um bem de consumo ou numa decisão empresarial. O presente artigo propõe analisar alguns aspectos inerentes aos processos de tomadas de decisão no âmbito organizacional e no ambiente cotidiano de consumo de produtos, na busca de pontos comuns que possam representar uma visão única de todo o processo.
Introdução:
As decisões humanas podem transitar, em termos de sua importância relativa – tanto para o ator que as toma, como para o meio em que estão inseridas –, dentro de um espectro incrivelmente amplo. Sendo assim, algumas características no processo decisório tornam-se muito semelhantes em situações distintas, como no momento da aquisição de um bem de consumo ou diante de uma crucial escolha de negócios. Administradores de alto nível que, por um lado, têm responsabilidade sobre a alocação de grandes recursos de produção são, por outro, igualmente consumidores de bens e serviços frugais, aos quais também alocam parte de seu tempo e empenho para esforços de escolha. Mas, de que forma tais processos se dão e até que ponto poderíamos estabelecer elementos comuns entre eles? E, se eles efetivamente existem, onde se encontram e, ainda mais importante, de que maneira um conhecimento mais detalhado dessas similaridades poderia nos ajudar a inferir as escolhas de um ator que age em determinado ambiente, tomando como base um padrão conhecido de suas ações em outro?
Este artigo tem por objetivo analisar as similaridades nas tomadas de decisão, por um lado, no âmbito organizacional – aí incluídas aquelas de cunho mais geral, voltada aos temas administrativos e estratégicos, bem como aquelas mais especificamente voltadas à compra organizacional – e, por outro, no âmbito pessoal, como o consumo de bens e serviços. Para a análise desse raciocínio comparam-se três linhas teóricas distintas, todas oriundas de campos específicos das ciências sociais aplicadas. A primeira linha teórica é a que aborda os processos decisórios nas organizações, campo pesquisado pela área das teorias organizacionais. A segunda e a terceira linhas teóricas são as que estudam, de um lado, os processos decisórios de compras organizacionais, e, de outro, os que analisam os processos segundo os quais se dão as decisões dos consumidores de bens e serviços de uso final; ambas capítulos tradicionais no estudo área de administração mercadológica. O artigo procurará identificar similaridades entre essas três linhas teóricas e apontar algumas hipóteses como sugestões de pesquisas futuras.